sábado, 3 de novembro de 2012

36ª Mostra SP - Quatro Dias em Maio




Quatro Dias em Maio (4 Tage Im Mai, 2011) de Achim Von Borries

Filme alemão caretaço sobre a Segunda Guerra Mundial, limitado ao feijão-com-arroz do jovenzinho que vira amigo de soldado(s). Historinha de “militares bons” e “militares maus”, novelinhas passadas e repassadas tantas vezes, e por tanta gente melhor (Spielberg?).

Quatro Dias em Maio se passa nos dias de desistência nazista, quando restantes de tropas perdiam suas obrigações de combate. Um menino alemão se vê na posição de prisioneiro de um grupo do exército soviético e de possível informante de algumas sobras vagantes dos nazistas.

Com pequena alma de soldado, talvez nascido no tempo errado para isso, o jovem cria certo vínculo com o russo de maior patente, um “homem de bem”, e com uma moça alemã, que, mulher atraente, é vista como pedaço de carne em meio a hienas de uniforme. No filme, aprendemos – ora, vejam só – que brigar por mulher pode transformar aliado em inimigo e inimigo em aliado.

Curiosamente, este exemplar de cinema clássico dos mais irritantes encontra-se numa Mostra que tem como tema a retrospectiva Andrey Tarkovskiy, cineasta que, ao lado do também russo Elem Klimov (Vá e Veja, 1985), soube resumir a complexidade de uma guerra no rosto de um garoto. Colocar A Infância de Ivan (1962) muito próximo à simploriedade de Von Borries deve causar uma espécie de abalo sísmico.

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