domingo, 7 de julho de 2013

Premiados do FICA 2013



Serra Pelada O que Aprendi com Meu Pai são os grandes vencedores do FICA 2013

Premiação sem grandes surpresas na Competitiva. O longa Serra Pelada - A Lenda da Montanha de Ouro, de Victor Lopes, sugere um prêmio por sua ambição e importância de pesquisa acerca de uma história brasileira que beira o épico. Sua premiação num festival ambiental é perfeitamente compreensível, mas ao mesmo tempo é um filme pisoteado por sua própria missão, que, de tão hercúlea, acaba batendo cabeça frente ao acúmulo de depoimentos sem que se crie alguma organização mais sólida entre eles. É um documentário que cobre três décadas de uma fatia histórica muito específica do país, e no entanto é complicado sair da sessão com certa clareza de como os muitos fatos abordados se ligam entre si.

Por outro lado, foram premiados como Melhor Longa e Melhor Média, respectivamente, o israelense Zevel Tov e o italiano I Morti di Alos, talvez os dois melhores filmes do festival, o de Daniele Atzeni sendo o mais impressionante visto por aqui.

Produções vencedoras da Mostra Competitiva do Fica 2013:

Melhor produção goiana: Dona Romana e o Grande Eixo da Terra, de Paulo Rezende
                               
Melhor série ambiental para TV: Expedition Grand Rift (França), de Geoffroy de La Tullaye e Loic de La Tullaye
Melhor curta-metragem: A Galinha que Burlou o Sistema (Brasil-SP), de Quico Meirelles
Melhor média-metragem: prêmio dividido entre I Morti di Alos (Itália), de Daniele Atzeni, e Wind of Change (Noruega), de Julia Dahr
Melhor longa-metragem: Zevel Tov (Israel), de Ada Aushpiz, Shosh Shiam

Prêmio Especial dos Profissionais da Imprensa: Ortobello – Primo concorso di bellezza per orti (Itália), de Marco Landini e Gianluca Marcon
Menção honrosa: Ortobello – Primo concorso di bellezza per orti (Itália), de Marco Landini e Gianluca Marcon
Menção honrosa: Louceiras (Brasil-SP), de Tatiana Tofolli
Grande Prêmio Cora Coralina para a Melhor Obra: Serra Pelada – A Lenda da Montanha de Ouro (Brasil-RJ), de Victor Lopes
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Mostra ABD Cine Goiás

O júri de premiação composto pela atriz Helena Ignez, o compositor Guilherme Vaz e presidido pela cineasta Juliana Rojas reservou os prêmios de montagem, direção e melhor ficção para O que Aprendi com Meu Pai, reconhecendo o curta de Getúlio Ribeiro como o melhor filme desta Mostra ABD, exibida pela primeira vez no Cine Teatro São Joaquim. Acompanhando as sessões, estre trabalho fruto de conclusão de curso do Audiovisual da UEG se distinguia notavelmente, filme de tiroteio inspirado e realizado com muito esmero, inclusive no rigor mais técnico (não ter levado fotografia me parece um mistério).

Após os três dias de exibição, o grande concorrente de Getúlio parecia ser Faroeste - Um Autêntico Western, animação muito bonita de Wesley Rodrigues, que pintou a tela do São Joaquim com uma sinfonia de cores e ampla imaginação na fluidez de suas imagens. Era a aposta certa para Melhor Animação, prêmio curiosamente levado por A Vida Não Vive, de Amarildo Pessoa e Katia Jacarandá, talvez a maior surpresa da premiação. Faroeste - Um Autêntico Western foi reconhecido apenas por sua trilha sonora.

O prêmio de Melhor Documentário para Gustav Ritter - Uma Arte, uma Vida, de Ângelo Lima, é outro que acredito mostrar como júris são júris, sendo impossível prever todas as escolhas de um grupo de pessoas de experiências e realidades diferentes nas suas relações com o cinema, o que também acaba por ser a riqueza desse processo de decisão. Minha aposta era em Mudernage, de Marcela Borela, sobre o cenário da arte moderna em Goiás, tema diretamente relacionado ao filme de Lima, inclusive compartilhando alguns dos entrevistados, mas com inventividade e estalos de ousadia.

Embora relativamente informativo, o longa de Lima me parece fadado ao cansaço, blábláblá que trata a maior parte de suas imagens como anexos de e-mail, resultando 85 minutos com aspecto de seminário.

Filmes vencedores da Mostra ABD Cine Goiás:
Melhor direção de fotografia
Ângelo Lima, por Gustav Ritter – Uma arte, uma vida
Melhor direção de arte
Matheus Leandro Amorim, por Bilhete
Melhor montagem/edição
Larry Sulivan, por O que aprendi com meu pai
Melhor roteiro
Jarleo Barbosa, por Atrás da História (ou No Coração do Filme)
Melhor trilha sonora original
Dênio de Paula, por Faroeste, um autêntico western
Melhor som
Thais Oliveira, por Atrás da História (ou No Coração do Filme)
Melhor ator
Rafael Vinícius e Rainan Pires, por Bilhete
Melhor atriz
Salma Jô, por Atrás da História (ou No Coração do Filme)
Prêmio Beto Leão para o melhor filme de ficção
O que aprendi com meu pai, de Getúlio Ribeiro
Prêmio Eduardo Benfica para o melhor filme documentário
Gustav Ritter – Uma arte, uma vida, de Ângelo Lima
Prêmio Fifi Cunha de melhor filme de animação
A vida não vive, de Amarildo Pessoa e Katia Jacarandá
Prêmio Martins Muniz de melhor filme experimental
Itauçu, do Grupo Empreza
Melhor direção
Getúlio Ribeiro, por O que aprendi com meu pai

Um comentário:

  1. Mesmo não tendo ido para o FICA fiquei sabendo do resultado das premiações e fiquei muito feliz pelo curta do Getúlio ter ganhado tantos prêmios, isso motiva muita gente que faz audiovisual :)

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