sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Temporada de Oscar




Indicados

Esqueci da data das indicações ao Oscar. Não sei se isso revela um crescente desinteresse pela premiação (ranhetice de novas idades, talvez), o qual eu ainda estaria negando, ou se é consequência de um janeiro mentalmente ocupado. Aposto no segundo. O do ano passado foi até bem interessante, premiando O Artista, ainda que previsivelmente previsível.

O que dizer das indicações deste ano, comentando meio às cegas, sem ter visto a maioria dos filmes?

Spielberg: Lincoln é o mais nomeado, com 12 indicações. Sempre entrarei num Spielberg com olhos e ouvidos gulosos, mesmo quando é vendido por trailers bocejos, como os deste. O Cavalo de Guerra (2011), do qual ninguém gostou, eu achei lindão e bem honrado como "cinema das antigas". E é um cara de algumas obras-primas na carreira, a começar por Tubarão.

Haneke: eu costumo chamar Michael Haneke de "o cineasta oficial do mal-estar da civilização". Gênio contemporâneo, passou perto de ser canneado e oscarizado na mesma temporada, com A Fita Branca (que tratarei de rever assim que terminar a leitura de Hitler, de Ian Kershaw). O mesmo pode acontecer agora, seu novo filme, vencedor da última Palma de Ouro, agora com Melhor Filme, Diretor, Atriz, Roteiro e, claro, Produção Estrangeira... Para um cineasta versado no amargo e no incômodo, seu Amour sugeriria algo... terno em sua carreira? Deste eu fiz questão de ler pouco a respeito antes de finalmente assistir. Talvez seja justamente um reconhecimento da faceta amarga e incômoda do amor. Não seria o primeiro, mas seria o primeiro comentário de Haneke sobre tal sentimento.

Os Miseráveis: o trailer é bom. Tom Hooper e seu O Discurso do Rei me dão preguiça, no entanto. Hollywood tem apostado grande no sujeito, algo na linha funcionário do mês. O filme tem 157 minutos e tentarei me limpar de preconceitos.

Hugh Jackman: muito bom ver Jackman indicado. Gosto dele, bastante. Subestimado em O Grande Truque, superou rápido aqueles filmecos que o usavam como bonitão da vez (Alguém Como Você, Kate & Leopold, A Senha - Swordfish, Van Helsing, só o estrume escorrendo...). Seu Wolverine também já deu, mas disso ele não escapa, com mais dois vindo por aí. Arriscou com Aronofsky, Woody Allen e Baz Luhrman. Torço para que interprete Clint Eastwood numa cinebiografia futura.

Ah, sim: não vai ganhar.

Paul Thomas Anderson: Anderson, Tarantino, Fincher... o clube dos "maior que tudo isso", a serem premiados daqui umas décadas, que nem Scorsese.

Ben Affleck e Ang Lee: curto esses dois (Affleck como diretor, apenas), mas não curti tanto assim Argo e As Aventuras de Pi. São filmes com algumas muletas: o de Affleck, pegando a narrativa clássica como se fosse uma tabuada, coisa que ele domina, mas este que é tido como seu maior acerto me parece menos interessante que seus outros dois; o de Ang Lee tem a liçãozona de moral, um encontro com Deus que me pareceu ter mais gordura do que o filme - que gosto - consegue suportar.

Lista completa dos indicados no site do Oscar.

Amigo André também pitacou as indicações em seu blog. Haneke também significa muito pra ele.

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