terça-feira, 8 de junho de 2010

Fúria de Titãs (2010)



Foto: Liam Neeson, ator brilhante.

Poucos filmes deste ano serão tão bregas quanto Fúria de Titãs. O remake do filme de 1981 é tão B-regão que chega a ficar engraçado a partir de certo ponto. Orçamento é A, resultado é B.

Como acontece com a maioria das produçõezonas atuais, há tanto cópias 3-D quanto as agora “normais” 2-D. A recomendação é optar pela versão tradicional, pois o filme não foi planejado para a imagem em três dimensões, tendo sido convertido posteriormente. É falsa, trapaça, caô, o já disseminado “3-D fake”, talvez resultando em experiência triplamente B. Se nem o 3-D de raça vale seu preço, imagine um feito às pressas para lamber a fatia gorda desse mercadão que pula nos olhos. O Último Mestre do Ar, de Shyamalan, também é falso.

Perseu (Sam Worthington) é fruto de uma das várias trepadas de Zeus (Liam Neeson) com humanas e teve seus pais de criação vitimados por um ataque de Hades. Por causa disso, recusa ajudas divinas, negando a metade endeusada do sangue. É o drama de comprimido do filme.

Como no original, o semi-deus precisa passar por vários obstáculos mitológicos para, então, ser capaz de derrotar o Kraken, besta gigantesca criada por Hades (Ralph Fiennes, mais comentário sobre ele daqui a pouco) e sinônimo de destruição via CGI, dentes e grito. Acompanhado por guerreiros mortais (um deles é Mads Mikkelsen, que demorei a reconhecer por causa do bronzeado de frango assado), Perseu encontra escorpiões gigantos, mortos-vivos com luz neon azul de carro tunado, bruxas, uma Medusa gostosa e um Pégaso negro.

É bem ruim, mas ao mesmo tempo é uma senhora piada orçamentária que só vendo. O primeiro já tinha lá essa breguice, toda legal num começo de década de 80 com as charmosíssimas animações de Ray Harryhausen (e lembro de uma luz azul atrás de Laurence Olivier), mas aqui dá pra entrar em ebulição de tanto rir com essa gente graúda interpretando deuses.

Worthington faz bem seu papel de boneco de ação, herói de plástico perfeito pra essa correria meio new wave (vide trailer, vide trilha) com pelo menos uma cena de ação decente envolvendo um artrópode gigantesco. Mas Liam Neeson e Ralph Fiennes, que be-le-zu-ra esses dois, ótimos como imortais poderosos, só que menores diante da extravagância visual. Com armadura RELUZENTE BRILHANTE LUZES LUZES ARRASO, o Zeus de Neeson parece uma Lady Gaga do Olimpo. E um abraço para Ralph Fiennes, que praticamente interpreta uma pomba preta, urubuzão das trevas. Difícil não olhara para o Hades de Fiennes e não pensar em macumba.

Com o longa em cartaz ao lado do filme de mulherzinha que é Sex and the City 2, o público pode escolher o que há de pior entre os gêneros masculino e feminino na atual oferta de cinema. Mesmo espalhafatoso, Fúria de Titãs seria a típica opção para filme de hominho, pois herói bate no monstro, pega a mina no final e os dois saem no Pégaso Lamborghini. Porrada, mulher e carro. Pacote completo, pôr-do-sol incluído.

*NÃO postado ao som de Lady Gaga.

Um comentário:

  1. Só posso concordar e dizer que Liam Neeson So Glow vai ficar marcado. Sobre Ralph Fiennes nem tenho mais o que comentar. Aliás, tenho uma coisa só: até o Hades do History Channel consegue passar mais credibilidade.

    ResponderExcluir