domingo, 25 de abril de 2010

50 anos de Psicose


Imagem: Marion Cotillard no Especial Hitchcock da Vanity Fair.


Psicose completa 50 anos em 2010. É tido como clássico absoluto de Alfred Hitchcock, um desses que alcançaram imortalidade via cinema com mais um bom número de clássicos, alguns não menos absolutos. Sem qualquer intenção de homenagear o cinquentenário, pude revê-lo há algumas semanas, depois de algum tempo distante.

Essa distância ajuda a observar como muitas vezes um clássico “obrigatório” se comporta como tal simplesmente por sua existência. A força e presença de Psicose no Cinema são tamanhas que muitos já assistiram ao filme sem de fato sentarem e vê-lo numa tela, seja de Cinema, TV ou PC. Pessoas assistem a Psicose em película, digital, em comentários, em textos, em clipes da famosa cena do chuveiro... É um filme visto, de alguma maneira.

Hitchcock já filmara Festim Diabólico, Pacto Sinistro, Janela Indiscreta e tinha acabado de fazer Intriga Internacional e Vertigo, dois de seus tops. Sempre tive a impressão de que, caso Alfredão já não fosse famoso, Psicose seria mais cult do que hit. Um desses "a serem descobertos" e indicados por certas cenas específicas com a empolgação de quem encontra ouro puro nos cantos das videolocadoras. Que atmosfera a desse filme, hein, seu Hitch.

Cenas finais, com revelação do rosto da mãe de Norman Bates, são acompanhadas de um humor deveras estranho. Poucos filmes conseguem ser tão surtantes em seu desfecho e ainda ser levados completamente a sério. Não menos brilhante, Psicose estaria confortável em alguma midnight session, perfeitamente sólido como Cinema.


*post escrito ao som de "Psycho Killer" - Talking Heads

3 comentários:

  1. Oi Fabrício,
    Você foi num ponto certo: a atmosfera de Psicose. Todavia, mais do que a própriá história em si, o que faz esse filme de Hitchcock ser uma maravilha do cinema é a maneira como usa a linguagem cinematográfica e, consequentemente, o refinamento técnico - o que contribuiu substancialmente (mais do que a própria história!) para criar a atmosfera do filme.
    E com isso entendemos uma vitória de Hitchcock: conseguir atingir o público sem se vulgarizar, ou melhor dizendo, elevando o nível do "grande" cinema que chega a praticamente todo mundo.
    Abraço.

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  2. se alguém soube transformar a adrenalina em película, esse foi o alfred.
    sou fã também.
    gostei do seu post.
    e claro, do blog.
    sorte.

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  3. Fellipe, é isso mesmo. A técnica do Hitch é de uma precisão espantosa. Não à toa, vivia defendendo a montagem como a parte mais importante do filme, quando era realmente "feito".

    E na verdade, a história em si nem seria lá essas coisa sem todo esse esmero cinematográfico. Dá pra encontrar uma história assim num Filme B, facilmente. É aí que me chama a atenção, em como Psicose poderia ser "apenas" um cult ou uma maravilhosa midnight session. Mas é também um desses rubis, lançado no momento mais certo para ser primeiramente lembrado como clássico.

    ..

    Paradoxal, obrigado pelo apoio. Que bom que gostou. O blog fica para coisas mais pessoais, ou textos mais breves que talvez não encontrassem seu espaço no AgendaGyn (atual site onde escrevo as críticas) ou nas minhas colaborações para o Blog do Lisandro.

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