segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Conan, o Bárbaro (2011)



Há quase 30 anos, Arnold Schwarzenegger não imortalizou Conan nos cinemas apenas pela corpulência, mas por John Milius saber explorar aquela figura física bastante única e bronca (nesse sentido, John McTiernan e James Cameron também souberam como filmar Arnoldinho). No Conan, o Bárbaro de 1982, a sensação é de que Schwarzenegger não interpreta Conan, mas uma estátua de Conan ou algo assim, próximo a um desenhado perfeito.

Jason Momoa, o novo Conan, parece um guerreiro modelo qualquer. Mas pega peso no supino, isso percebemos.

Foi só ontem que me submeti ao Conan 2011, de Marcus Nispel, diretor que tem a mania horrorosa de passar sabão e xampu em filmes supostamente hardcore (remakes de O Massacre da Serra Elétrica e Sexta-feira 13). É tudo muito limpo, uma forte impressão de que Conan pode arrancar uma ou duas cabeças numa cena e vestir roupas da GAP em outra.

Após introdução meio confusa (aquelas breves narrativas sobre a história de povos e terras dizimados), o filme nos apresenta a um Conan criança, garoto-Capricho que aprende a esmagar cabeças e fazer cortes que espirram baldes de sangue, mas sempre nessa estética de comercial de TV. Bonitinho, limpinho, bárbaro. Meia-hora de duração, vira Momoa (bem mais conânico como Khal Drogo na série Game of Thrones): bonitão, limpão, bárbaro, pronto para enfrentar gente feia, deformada, dentes podres e mulher sem sobrancelhas.

Ano passado, o cinema blockbuster hollywoodiano nos trouxe aventurinha semelhante em outra espécie de refilmagem, Fúria de Titãs, também ruim, mas que tinha, além de certo elenco, alguma lucidez nas suas grandes bobices – ou simplesmente noção do seu ridículo. Conan 2011 faz bocejar nas mais simples cenas de ação, filmadas como um seriado B. Na rede cinéfila MUBI, um rapaz diz ter se lembrado de Xena. Faz todo sentido.

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